O milho participa da alimentação mundial há pelo menos 7.300 anos e os
primeiros registros de seu cultivo foram feitos em ilhas próximas ao litoral
mexicano e se espalhou por todo o país, vindo em seguida a se firmar em
países da América Central e América do Sul, segundo a Embrapa. Na América
do Sul, mais precisamente no sul do Peru, grânulos de milho foram encontrados
e datados com 4000 anos e com o período de colonização do continente
americano com as chamadas grandes navegações durante o século XVI, o
milho se expandiu para outras partes do mundo, se tornando um dos primeiros
itens na cultural mundial.
No Brasil o milho já era cultivado pelos índios antes mesmo da chegada dos
portugueses e com a chegada dos colonizadores, cerca de 500 anos atrás, que
o consumo do cereal no país aumentou consideravelmente e passou a integrar
o hábito alimentar da população. Hoje o milho é o cereal com o maior volume
de produção no mundo – são aproximadamente 989 milhões de toneladas/ano.
Estados Unidos, China, Brasil e Argentina são os maiores produtores,
representando 70% da produção mundial.
As evoluções na tecnologia de produção do milho, aliadas ao plantio em
condições adversas e cultivares suscetíveis a patógenos que se tornaram
resistentes aos produtos atualmente comercializados, têm favorecido o
surgimento de novas doenças, algumas delas de forma epidêmica, causando
sérios prejuízos e perdas para os agricultores e consumidores. Uma dessas
doenças é a Mancha-de-Phaeosphaeria, ou pinta branca, ou ainda mancha
branca do milho, que atualmente é considerada como a principal doença do
milho no Brasil. Esta doença é causada pelo fungo Phaeosphaeriamaydis (P.
Henn.) Rane, Payak e Renfro (sinônimo Sphaerulinamaydis), cujo estádio
anamórfico é Phillosticta sp.
O aumento da incidência e severidade de doenças fúngicas foliares tem sido
relacionado ao manejo da cultura, incluindo-se o plantio direto, cultivos
sucessivos em extensas áreas, plantio de segunda safra (milho safrinha),
cultivos irrigados e uso de cultivares suscetível. Considera-se também o natural
acúmulo de inóculo dos principais fungos fitopatogênicos nas áreas dos
cerrados, como fator de grande importância na explosão de epidemias na
cultura do milho (Machado & Cassetari Neto, 2009). No Brasil, as perdas de
rendimento podem ser superiores a 60%, e a gravidade da infecção é
dependente da susceptibilidade das cultivares e das condições ambientais
favoráveis (PINTO; FERNANDES, 1995).
A Mancha Foliar da Phaeosphaeria, não era considerada importante no Brasil,
porque ocorria apenas no final do ciclo da cultura, porém, atualmente tem sido
considerada uma das principais doenças da cultura e encontra-se disseminada
em praticamente todas as regiões produtoras (Fernandez & Oliveira, 1997).
Inicialmente a doença foi descrita como sendo causada pelo fungo
Phaeosphaeria mayds, f impef. Phyllosticta sp., porém, diante das dificuldades
de isolamento e na reprodução dos sintomas, o papel do fungo como agente
etiológico tem sido questionado. Paccola Meirelles et al. (2001), estudando
lesões jovens, isolaram com frequência elevada uma bactéria gram-negatica de
coloração amarelo-brilhante, identificada como Pantoea ananatis (syn. Erwinia
ananas), a qual foi confirmada como causador da doença.
Com este quadro o mercado busca alternativas para a solução do problema
com produtos que tenham ações eficazes para a cultura do milho e os produtos
cuja formulação contém fosfitos de cobre vêm se mostrando bastante efetivos.
As pesquisas atuais tem relatado que os fosfitos apresentam basicamente dois
mecanismos de ação: o primeiro é sua ação direta sobre as doenças – pois
apresenta ação fúngica em relação a determinados fungos invasores, vindo a
causar a morte ou a inibição do crescimento dos fungos e o segundo
mecanismo é a sua ação indireta por meio da ativação dos sistemas de defesa
das plantas. Os fosfitos estimulam a síntese de fitoalexinas (substâncias
químicas naturais de defesa), sendo capazes de contribuir efetivamente para o
controle de patógenos.
É sabido que produtos a base de cobre tem ação sobre as bactérias, e aliado a
um fosfito de qualidade, resultam em um excelente auxilio nas aplicações de
fungicidas resultando em um melhor controle de diversos patógenos que
causam grandes perdas nas culturas, como é o caso da Mancha-de-
Phaeosphaeria no Milho.